Entrevistas

Entrevista a M. Silva- Técnico de Farmácia

ClMaMi-Em Que consiste a sua profissão?
M. SilvaEu sou Técnico de Farmácia. Uma profissão que faz parte de um grupo de 18 profissões, e que nós designamos de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. Como estou a trabalhar numa Farmácia Hospitalar, participo em todo o circuito do medicamento e garanto que este é dispensado ao doente correctamente, garantindo, assim, que os medicamentos do Hospitalar são armazenados de forma correcta para manter as suas características e qualidade.

ClMaMi- Porque escolheu a área da Farmácia?
M. SilvaHouveram vários factores que me fizeram escolher esta área: O facto de estar ligada à Saúde (uma área em que queria trabalhar) e de ser uma área em constante renovação, que nos obriga a estar sempre actualizados em termos de conhecimento.

ClMaMi- Gosta de trabalhar nessa área?
M. SilvaSim, gosto de trabalhar nesta área. Infelizmente, actualmente, não existem muitas perspectivas de crescimento na carreira, mas é uma área muito interessante de se trabalhar.

ClMaMi- Já fabricou alguma medicamento?
M. SilvaSim e não. Nós não chamamos fabricar, pois não produzimos a matéria prima em si. O que fazemos em Hospital é a manipulação e a preparação de formas farmacêuticas, tais como soluções orais, papéis medicamentosos e cápsulas, entre outras.

ClMaMi- Acha que os medicamentos de "hoje" são melhores que as receitas de "antigamente"? Porquê?
M. SilvaPenso que os medicamentos de hoje em dia são melhores que "as receitas caseiras" de antigamente, pois são fabricados segundo procedimentos que garantem a sua qualidade.(procedimentos esses que são controlados), enquanto que, com estas antigas "receitas", nem sempre se conseguia garantir a qualidade dos medicamentos.

ClMaMi- Conhece algum medicamento caseiro?
M. SilvaSei como se faz um simples xarope, que se baseia na dissolução de uma grande quantidade de açúcar em água. No entanto, todas as preparações farmacêuticas feitas em hospital são baseadas num livro que "nos rege" que é a Farmacopeia Portuguesa.




Entrevista a B. Alves- Aluna no curso de farmácia


ClMaMi- Em que consiste o seu curso?
B. AlvesO meu curso consiste em imensas coisas! É um curso bastante variado e versátil. Os farmacêuticos de hoje em dia estão aptos a trabalhar nas mais diversas áreas, desde a indústria farmacêutica à alimentar, das análises da qualidade da água às análises clinicas... Fazemos investigação em áreas muito distintas, pois temos um conhecimento aprofundado tanto da Biologia, como da Química, e até da Física. Trabalhamos em farmácias comunitárias (que é a nossa típica farmácia), mas considero que, cada vez mais, está a deixar de ser típica. Já não é um sítio onde se dispensam os comprimidos. É um sítio de aconselhamento e acompanhamento do doente. Também trabalhamos na farmácia ao hospitalar que, de uma forma resumida, é onde se fazem a mistura dos medicamentos e o doseamento rigoroso do medicamento a dar a um doente.

ClMaMi- Porque o escolheu?
B. AlvesEscolhi o curso em que estou exactamente por isso, porque é um curso que me leva para onde quer que seja que eu quero ir (que ainda não sei bem). É um curso trabalhoso, mas muito interessante. Não foi o curso que sempre quis, com que sempre sonhei, mas também nunca tive nenhum outro que sempre desejasse. Portanto, quando chegou a altura de escolher, este pareceu-me uma boa decisão. E agora que aqui estou, tenho a certeza que o foi!

ClMaMi- O que a fascina na área da farmácia?
B. AlvesTudo! Fascina-me tudo! Gosto especialmente da forma como, nesta área, está tudo interligado, a Química com a Física com a Biologia. Ainda estou a descobrir aquilo de que realmente gosto mais, e aquilo que um dia, dentro do mundo da farmácia, irei escolher.

ClMaMiAcha que os medicamentos de "hoje" são melhores que as receitas de "antigamente"? Porquê?
B. AlvesAinda não sou uma especialista em medicamentos mas, na minha opinião (que vale muito pouco), penso que os medicamentos actuais, em comparação às receitas caseiras de antigamente, apresentam muitas vantagens. São mais específicos, mais eficazes, de acção mais rápida e pensados especificamente para cada um de nós. Ou seja, existem no mercado vários tipos de comprimidos para a gripe que nos podem ser receitados consoante as nossas preferências ou limitações. As receitas de antigamente são bastante generalistas! Não foram pensadas individualmente para cada tipo de situação.

ClMaMiConhece algum medicamento caseiro?
B. AlvesNão muitas. O xarope caseiro de cenoura com açúcar amarelo para a tosse, o chá de mel e limão para a dor de garganta e constipações, e água das malvas para alergias na pele. Claro que já ouvi falar de outras, daí ter dito na pergunta anterior que, às vezes, as coisas correm mal, mas não sei bem como são.

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